A síndrome do túnel do carpo (STC) é a neuropatia compressiva mais comum, acometendo aproximadamente 10-15% da população mundial, sendo a prevalência um pouco maior no sexo feminino, durante a quinta década de vida. Estima-se que ocorram 3,4 casos novos a cada mil habitantes anualmente. O nervo acometido é o mediano, que encontra-se comprimido durante a sua passagem por uma espécie de túnel (Fig.1), formado por tendões, ossos e ligamentos, durante o seu trajeto através do punho (carpo), ocasionando um conjunto de sinais e sintomas (síndrome) decorrentes da lesão deste nervo, daí o nome síndrome do túnel do carpo.
Os sintomas são encontrados com maior frequência em indivíduos que usam excessivamente as mãos (costureiras, digitadores...), entre 40-60 anos de idade e do sexo feminino. Gravidez, diabetes, hipotireoidismo, acromegalia, dentre outras comorbidades, podem também estar associadas com o aparecimento da STC. O quadro clínico típico é dor (tipo queimação) e formigamento na mão e dedos (Fig.2), que pioram com a atividade e aliviam com o balançar vigoroso das mãos, além de apresentarem ocorrência noturna na maioria das vezes. Nos casos mais graves, pode vir acompanhado de diminuição da força e sensibilidade na região acometida. O quadro compressivo pode ser uni ou bilateral, sendo mais frequente ou mais acentuado na mão dominante.
O diagnóstico na maioria das vezes é clínico, no entanto pode ser auxiliado pela eletroneuromiografia do membros superiores, que gradua a lesão compressiva do nervo em leve, moderada ou grave. Exames de imagem (radiografia, ultrassonografia, ressonância) não são necessários, exceto se houver suspeita de alguma causa compressiva específica (nódulos, cistos) ou relato de trauma no punho (fratura, fibrose articular).
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. O primeiro é baseado em atividades fisioterápicas, uso de medicamentos e talas protetoras, sendo indicado para os casos mais leves. O tratamento cirúrgico é indicado para os casos moderados a graves ou aqueles em que a terapêutica conservadora foi ineficaz. A técnica cirúrgica vai depender da experiência do cirurgião e tem como objetivo principal a ressecção do retináculo dos flexores (ligamento que recobre o túnel do carpo), aliviando a compressão sobre o nervo, na maioria das vezes sob anestesia local e leve sedação.
Durante o pós-operatório, se faz necessária a realização de exercícios e fisioterapia após a retirada dos pontos, atividades estas cruciais para uma boa recuperação e retorno às atividades prévias.
Este artigo foi apenas uma breve explanação acerca da síndrome do túnel do carpo. Para maiores informações, entre em contato conosco!